5 CUIDADOS ESPECIAIS PARA MEDICAÇÕES PARA IDOSOS
Na maioria dos países, a população idosa é a que mais
cresce. No Brasil, a estimativa é que em 2030 o número de idosos já seja maior
do que o de crianças com menos de 14 anos e em 2050 maior do que o de crianças
e jovens com menos de 29 anos. O aumento da expectativa de vida e a redução da
taxa de natalidade e as melhorias das condições sanitárias e de saúde são os
principais fatores que levaram a essas mudanças no perfil demográfico
brasileiro. Diante disso, todas as áreas da sociedade devem se adaptar e aprender
a lidar melhor com os idosos, inclusive a farmacêutica.
Fique
de olho em interações medicamentosas
Devido à grande prevalência de doenças
crônico-degenerativas entre os idosos, o consumo de medicamentos por esse grupo
etário é alto, tendo-se os denominados pacientes poli farmácia. São remédios
para a pressão alta, para o diabetes, para a gota, para a dor lombar, para a
insuficiência cardíaca e muitos outros. É importante, então, manter-se avisado
de todos os medicamentos em uso pelo paciente, mesmo aqueles de uso esporádico,
para evitar qualquer interação medicamentosa perigosa, seja por aumentar ou
reduzir a eficácia de alguma substância.
Cuidado
com as superdosagens
À medida que envelhecemos, nosso organismo deixa de
metabolizar tão bem as substâncias externas, seja pela redução do fluxo
sanguíneo hepático ou renal ou por simples alterações na quantidade de água e
albumina no organismo. A maioria dos fármacos vai ter sua meia-vida aumentada
e, quando usados nas mesmas doses recomendadas para jovens podem acabar
provocando efeitos tóxicos. Os benzodiazepínicos, por exemplo, provocam uma
sedação maior durante o dia em idosos e se associam a um número maior de quedas
e fraturas ósseas. Para evitar esse risco, deve-se iniciar com doses mais
baixas e ir pouco a pouco aumentando a dose até que se atinja o objetivo
terapêutico.
Oriente
com relação aos efeitos adversos mais frequentes
Seja pelo grande uso de medicamentos ou pela maior
sensibilidade às doses, os idosos são mais susceptíveis a desenvolverem efeitos
colaterais de medicamentos como a xerostomia, a hipotensão postural, a retenção
urinária, as confusões mentais e as alterações de marcha. Os fármacos mais
associados com esses efeitos são os anti-hipertensivos, os antipsicóticos, os
sedativos e os antiparkinsonianos. Explique para o paciente o quanto é
importante ele se manter atento para as mudanças que ocorrem em seu organismo
após o início do uso do remédio.
Não
se deixe enganar pelos sintomas
Os idosos frequentemente apresentam sintomas sistêmicos
de doenças localizadas. Uma infecção do trato urinário pode provocar confusão
mental, alteração de comportamento, agitação ou sedação, ou seja, tudo menos a
clássica dor ao urinar. Mas o contrário também é comum, com infecções sérias
gerando febre. Dessa forma, o que pode parecer grave na verdade pode ser
simples ou vice-versa. Assim, qualquer prescrição ou recomendação de
medicamento deve ser feita com muita cautela.
Mantenha
a organização
Com o uso de tantos remédios é grande a chance de o idoso
se enganar e tomar algum medicamento duas vezes ou esquecer de tomá-lo. Ainda
mais caso o idoso tenha algum comprometimento cognitivo, visual ou motor. Como
a adesão ao tratamento é essencial para se atingir os resultados esperados e as
superdosagens podem ter repercussões graves, erros bobos assim devem ser
evitados ao máximo. Mantenha a prescrição sempre organizada para não haver
dúvida de qual e quantos comprimidos devem ser tomados em cada horário.